Fones de ouvido e a sua saúde auditiva

12 de janeiro de 2011

Cruzar com pessoas com fone de ouvido na rua, no ônibus e até no trabalho se tornou algo muito comum. A bateria de longa duração dos mp3 players, a grande capacidade de armazenamento de arquivos digitais, o tamanho prático e a função música nos celulares sem dúvida contribuíram para a sua popularidade.

Porém o hábito de escutar música com fones de ouvido pode trazer alguns problemas à audição, principalmente se o fone for pequeno, daqueles que entram direto na orelha, como explica a otorrinolaringologista, professora da UFRN, Luciana Cunha Lima, “Com os fones menores o som entra sem dispersões no meato, que é o canal que leva o som até o tímpano, o que causa muita pressão podendo sobrecarregar a membrana timpânica e levar a degeneração das localizadas na cóclea (estrutura mais interna do ouvido)”, explica a médica.

Além dos fones pequenos, o volume alto e o tempo de exposição ao som são outros vilões da audição. Patrícia Ferreira, 33 anos, faz o uso de fones de ouvido diariamente, “eu ouço principalmente quando ando de ônibus, porém quando percebo que o barulho do ônibus está muito alto prefiro desligar o aparelho a colocar a música no último volume”, conta.

Os fones grandes são menos prejudiciais porque bloqueiam melhor os sons ambientes, assim, não é preciso manter o volume da música muito alto. Porém eles quase nunca acompanham os mp3 players e muita gente acha brega aquele modelo maior, que recobre a orelha inteira e lembra uma tiara.

Para Patrícia os fones grandes em público são um verdadeiro mico, embora ela admita saber que eles são menos prejudiciais. “Em casa até dá pra usar mais na rua é mais difícil até pra transportar”.

Segundo a otorrinolaringologista, não há um tempo específico para se notar a perda de audição ou algum outro dano, já que ela depende da freqüência da exposição, do volume e do tipo de fone. O ideal é não utilizar os fones de forma contínua por mais de uma hora. Além de não ultrapassar os 85 dB recomendados.

Além da perca da audição o uso inadequado dos fones podem trazer outros danos como na produção da cera do ouvido, que funciona como um sistema de proteção do ouvido podendo causar até uma infecção. Além do desgaste precoce da audição. “O desgaste auditivo que deveria ser identificado aos 45 anos de idade tem se tornado comum em jovens, isso por que a pessoa não percebe até que tenha tido um grande dano”, alerta a médica, Doutora em triagem auditiva sonora.

A Dr. Luciana chama atenção, inclusive para outro fator; a falta de atenção que pode gerar acidentes para quem faz o uso de fones na rua ou enquanto dirige. “A audição é um dos sentidos responsáveis pela sobrevivência da espécie. Era através dela que se identificava a chegada de predadores, ou até a existência de água. Hoje ela tem se tornada subutilizada”, afirma.

Fique atento

Se, ao desligar o equipamento, o usuário tem uma sensação de perda auditiva transitória, já deve ficar atento e procurar fazer uma avaliação de perda auditiva, com um otorrinolaringologista. Esse especialista encaminhará o paciente para um fonoaudiólogo, que realizará uma série de testes-diagnósticos para checar a sua audição.

A higiene dos fones de ouvido também merece atenção. Modelos de esponja são mais propensos a reter sujeira. Hoje, no mercado, já é possível encontrar até fones com removedor de cera de ouvido.

Fonte: Agência Fotec

Escreva um comentário