Exercício é remédio

2 de março de 2015
oto

A medicina não combate grandes inimigos da saúde só com pílulas. Hoje, suar a camisa é parte central no tratamento de sete dos dez males que mais matam no mundo. Basta olhar a lista da Organização Mundial da Saúde (OMS) de problemas que mais enumeram vítimas para entender a importância de se movimentar. Na lista a seguir, com os top 10 desse ranking, encontram-se sete dos problemas possíveis de serem prevenidos ou ao menos controlados por meio da atividade física (ficam de fora apenas diarreia, tuberculose e acidentes de carro):

1 Infarto

2 AVC

3 Infecções Pulmonares

4 DPOC

5 Diarreia

6 Aids

7 Câncer do trato respiratório

8 Tuberculose

9 Diabete

10 Acidentes de carro

Agora, se o exercício é remédio, dosá-lo é primordial. Confira a seguir seus efeitos nas mais temidas doenças do mundo e saiba o que importa, em cada caso, para que ele seja um medicamento, e não um veneno.

Infarto

(1º causador de mortes)

No coração, a atividade física age em duas frentes. Primeiro, promove uma verdadeira faxina nas artérias, retirando de cena o LDL, aquele tipo de colesterol que financia a formação de placas nos vasos. Esses acúmulos gordurosos, se não domados, crescem até impedir totalmente o sangue de circular por lá. Ao mesmo tempo, a malhação colabora para manter as artérias jovens por um bom tempo.

Recomendações:

Realizar atividades aeróbicas, como caminhada e ciclismo, cinco vezes por semana. E respeitar sinais de cansaço.

AVC

(2º maior causador de mortes)

Garantir artérias saudáveis com a ajuda da esteira ou da bicicleta não resguarda só o músculo cardíaco. Afinal, se um dos canos que irriga a massa cinzenta perde sua flexibilidade ou fica tapado por uma placa de gordura – consequências típicas do sedentarismo – certos neurônios não recebem os nutrientes vindos do sangue. É o começo de um derrame. A atividade física ainda promove uma vascularização cerebral, proporcionando novos vasinhos na região, o que incrementa o abastecimento sanguíneo. E mesmo quem já sofreu com essa pane pode ao menos atenuar seus impactos no dia a dia se não ficar parado.

Recomendações:

Modalidades aeróbicas auxiliam a prevenir a encrenca. Se exigirem reflexos e decisões rápidas, melhor ainda!

Infecções pulmonares

(3º maior causador de mortes)

Uma parcela dos falecimentos por pneumonia acontece sem a chance de um tratamento. Porém, essa doença também vitima gente bem tratada e… acamada. Sem movimentação, há um acúmulo de secreções no pulmão, um banquete para bactérias. Logo, em qualquer doença, a pessoa deve tentar se mexer. Os exercícios ainda deixam nossas defesas mais eficazes. Mas atenção: em excesso, abalam a imunidade.

Recomendações:

Mover-se cinco vezes na semana. Evitar ambientes secos ou frios e não se esquecer da musculação.

DPOC

(4º maior causador de mortes)

Quando alia atividade física à terapia, o paciente com doença pulmonar obstrutiva crônica melhora em 20% sua falta de ar. A questão é: quem sofre com ela às vezes tem dificuldade até em práticas leves. Aí, é vital buscar ajuda de experts. Aliás, um estudo do Concord Repatriation General Hospital, na Austrália, mostra que tai chi chuan é boa alternativa na DPOC, porque fortalece a força muscular e a eficiência do pulmão.

Recomendações:

Fazer exercícios aeróbicos e de resistência ao menos duas vezes na semana, por meia hora apenas.

Aids

(6º maior causador de mortes)

Em 1996 houve uma revolução nos medicamentos contra o HIV. Hoje, o principal risco para o soropositivo não são as infecções, mas sim as doenças cardiovasculares. Entre essas drogas figuram os inibidores de protease, que, embora muito importantes para barrar o vírus, interferem no metabolismo, elevando as taxas de colesterol e gordura – e, portanto, a ameaça de um infarto. E nem precisamos falar da capacidade dos exercícios de baixar esses índices.

Recomendações:

Os efeitos benéficos são mais observados se a atividade for regular – meia hora por dia, por exemplo. Deve-se ficar de olho na carga viral e no coração.

Câncer do trato respiratório

(7º maior causador de mortes)

Ainda não há estudos que atestem o exercíco como forma direta de prevenção a esse tumor. Mas, assim como em todos os tipos de câncer, o esporte é um aliado no tratamento, já que combate quatro complicações da doença: dor, fadiga, depressão e distúrbios do sono.

Recomendações:

Focar na flexibilidade e no treino de força para se blindar contra sintomas desse câncer.

Diabete

(9º maior causador de mortes)

Para entender a importância de suar a camisa entre os diabéticos, um grupo da Escola de Ciências da Atividade Física, da Universidade de São Paulo, estudou o efeito do esporte em ratos com uma dieta cheia de acúcar. E o grupo de animais que comeu dessa maneira sem treinamento físico ficou diabético em seis semanas. Já os que se exercitaram, mesmo comento mal, não desenvolveram a doença. Os mecanismos por trás desses benefícios não estão totalmente desvendados, mas já há pistas: o treino impede que o tecido adiposo cresça, freando processos inflamatórios que interferem no trabalho do insulina. A resistência a esse hormônio é uma das principais chateações na vida de quem luta contra o diabete tipo 2.

Recomendações:

Os medicamentos devem ser dosados conforme o exercíco. Consulte o médico.

 

Fonte: mdemulher.abril.com.br

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