Caderneta de vacinação completa ainda é raridade entre mulheres adultas

20 de outubro de 2014
vacina

Debora Baez cresceu com as advertências da mãe, que não arredava o pé com cuidados médicos. “Ela sempre dizia para eu tomar vacina”, relembra a assistente parlamentar de 26 anos. Hoje, a prevenção se tornou quase um vício. Nenhuma campanha de imunização passa batida. “Fico com receio de perder. Vai que eu não tomo e me acontece alguma coisa?”, diz.

Com a carteira em dia, no entanto, Debora faz parte de uma estatística baixa. Mesmo entre as mulheres, tomar vacina ainda é considerada uma rotina destinada exclusivamente ao público infantil. Mas não é bem assim. Prevenção está longe de ser coisa de criança.

“Essa é uma questão cultural. No mundo todo existe a dificuldade de vacinar adultos. Mas é um paradigma que vem caindo. Hoje os calendários são para todas as idades. Aqui no Brasil já temos alguns nichos contemplados, como os idosos e as adolescentes, com a campanha de prevenção ao HPV”, explica o Dr. Renato Kfouri, presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).

Além da prevenção contra o próprio HPV (Papíloma Vírus Humano), a entidade ainda recomenda a adoção do calendário que inclui outras nove vacinas para o público feminino, como as que protegem contra a gripe, as hepatites A e B e a herpes zóster.

O cuidado deve ser tomado durante a fase da gravidez. Por precaução, recomenda-se que as mulheres não sejam imunizadas durante a gestação, mas logo após o parto. As contraindicações são feitas a vacinas que possuem vírus atenuados, que, em tese, apresentam risco para o feto. As principais são as de sarampo, caxumba, rubéola, febre amarela e varicela.

A exceção vale para prevenir-se contra o vírus da gripe, devido à sazonalidade da doença. “A vacina contra o influenza serve para proteger não só a mulher, mas também o bebê, que acaba recebendo essa imunização de forma passiva. Pode ser tomada durante toda a gravidez”, explica o Dr. Renato.

Fonte: Estadão

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